POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS & AGROTÓXICOS
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Número 611 - 07 de dezembro de 2012
Car@s Amig@s,
Segundo
dados de um estudo apresentado em 13 de novembro em uma conferência
científica em Knoxville, Tenessee, EUA, lagartas da ordem Lepidoptera já
desenvolveram resistência às toxinas Bt produzidas pelo milho
transgênico Herculex (TC1507), desenvolvido e comercializado pelas
empresas Dow Chemical e DuPont, e liberado também no Brasil.
Os dados foram obtidos em experimentos de campo realizados na Flórida em 2012 e a pesquisa foi divulgada pela Bloomberg News.
Cientistas do Departamento de Agricultura do governo americano (USDA,
na sigla em inglês), da Universidade da Florida, da Universidade de
Minnesota e da Universidade Estadual de Louisiana também contribuíram
com o estudo.
Conforme
declaração de Fangneng Huang, professor assistente da Universidade de
Louisiana – campus de Baton Rouge, durante o encontro anual da Sociedade
Americana de Entomologia, “trata-se aparentemente de resistência
desenvolvida no campo”.
Em
apresentação durante o Encontro de Entomologia, Michael Gray,
entomologista da Universidade de Illinois em Urbana, EUA, manifestou
preocupação com o fato de que, com a perda de eficácia do milho Bt, os
agricultores têm sido levados a aplicar mais agrotóxicos, anulando o
[suposto] benefício ambiental das lavouras inseticidas.
De
acordo com o registro da variedade transgênica na Agência de Proteção
Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), os primeiros sinais de
resistência de lagartas ao milho Herculex foram descobertos em Porto
Rico, em 2006, o que levou a Dow e a Dupont a cessarem voluntariamente a
venda do produto na ilha.
Embora
tenham minimizado a importância da nova descoberta, as duas empresas,
segundo a Bloomberg, irão trabalhar junto ao EPA, que regulamenta os
agrotóxicos nos EUA, para determinar como lidar com o desenvolvimento de
resistência nas lagartas.
No
último ano, outra pesquisa realizada no estado de Iowa, também nos EUA,
havia mostrado que lagartas de insetos da ordem Coleóptera
desenvolveram resistência ao milho transgênico Bt da Monsanto.
No
ano passado a EPA afirmou que existem suspeitas de que essas lagartas
já tenham desenvolvido resistência à proteína inseticida presente no
milho da Monsanto nos estados de Iowa, Illinois, Minnesota e Nebrasca.
Em declaração em agosto deste ano, a Agência afirmou que estão crescendo
as evidências de que o milho transgênico inseticida está perdendo sua
eficácia no meio-oeste americano.
Outras
apresentações realizadas na conferência de novembro da Sociedade
Americana de Entomologia indicaram que o milho transgênico Agrisure, da
empresa Syngenta, parece ter desenvolvido “resistência cruzada” com o
inseticida da Monsanto, o que significa que as lavouras estão
vulneráveis às mesmas lagartas que já não mais são mortas pela toxina da
Monsanto.
As
variedades transgênicas de milho mencionadas acima já foram autorizadas
no Brasil. O desenvolvimento de resistência nos insetos alvo das
lavouras transgênicas inseticidas era um efeito previsível, alertado
pelos críticos à transgenia desde os primeiros debates sobre o tema. O
resultado no médio prazo é que os agricultores voltam a pulverizar os
inseticidas que a nova tecnologia prometia substituir. As consequências
são diversas: os agricultores gastam de novo no controle químico que
acaba sendo feito; do ponto de vista ambiental, além de todos os riscos
(cada vez mais evidentes e documentados) que a transgenia em si
representa, incluindo a grande quantidade de toxinas transgênicas que
acabam ficando no campo, não se elimina a contaminação química de solos,
corpos d’água e organismos pelos
agrotóxicos; e os consumidores, por sua vez, ficam expostos às toxinas
transgênicas inseticidas presentes nos alimentos, a todos os riscos
inerentes à própria tecnologia aplicada a alimentos (pois pouco se sabe
sobre as mudanças e efeitos não previstos resultantes da alteração da
estrutura de DNA dos organismos) e continuam expostos aos resíduos dos
agrotóxicos aplicados.
Como
se vê, trata-se de uma tecnologia que não vai longe na busca por
soluções para a agricultura, seguindo uma tendência de espiral negativo
em que cada suposta solução gera novos problemas, que a tecnologia vai
respondendo com medidas mais complexas e arriscadas.
Com informações de:
DuPont-Dow Corn Defeated by Armyworms in Florida: Study – Bloomberg News, 16/11/2012.
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