
Os direitos territoriais precisam ser trabalhados em todas as temáticas que envolvem agroecologia na região. A retomada da constituição de bancos de sementes, que é uma discussão antiga na região, será uma das estratégias no longo prazo tendo em vista um edital que será lançado pelo Ministério da Agricultura. “Não são só as sementes agrícolas, também são importantes para nós as espécies florestais e medicinais, por exemplo”, afirmou Fabio Pacheco, representante da ANA Amazônia.
Em termos de organização política, foram mapeados os Comitês Estaduais da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida: Rondônia, Tocantins e Mato Grosso são os existentes, e a ideia é fomentar uma ação para incentivar que os outros estados criem também seus comitês. Decidiu-se também estimular a aproximação da REMERA (Rede de Mulheres Empreendedoras Rurais da Amazônia) ao GT Mulheres da ANA. Outro encaminhamento foi o de buscar ampliar a participação nas Chamadas de Ater, projetos de extrativismo e programas de mercados institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O Fortalecimento interno e externo da comunicação na região foi proposto, e algumas iniciativas nessa direção já estão em curso.
Aprofundar o debate nacional sobre as polpas de frutas oriundas do extrativismo, que são uma frente de trabalho importante na Amazônia, é outra necessidade por conta dos problemas com a fiscalização sanitária. Nesse sentido, é igualmente importante avançar na promoção das feiras agroecológicas, que também esbarram na fiscalização. O fortalecimento das redes de agroecologia nos estados, que têm maior facilidade de funcionamento em função dos custos, é essencial para maior capacidade de incidência política.

Atividades na Amazônia
O Projeto da ANA Promovendo Agroecologia em Rede (FBB/BNDES) prevê uma série de iniciativas para a região até o final de 2015. Serão quatro estudos de caso para demonstrar a superioridade econômica e as dinâmicas da agroecologia na região. Ficaram divididos em dois territórios, que também sediarão dois mini-seminários: Santarém (PA) e Rondônia. Uma caravana agroecológica e cultural em Rondônia, com local ainda a definir, também será realizada. A perspectiva dos indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos, dentre outros, será visibilizada nessas iniciativas. Um dos objetivos é dar visibilidade à Amazônia das águas.
Congresso Brasileiro de Agroecologia

De acordo com Tatiana Sá, vice-presidente da ABA na região norte, é preciso enriquecer as visões mostrando as várias possibilidades dessa riqueza da agroecologia local e dar visibilidade à potencialidade que a agroecologia pode oferecer, via processos de transição, na solução/ mitigação de questões socioambientais denunciadas. "Os relatos de experiências feitos por diferentes grupos de agricultores, incluindo povos indígenas e populações tradicionais, são relevantes à construção de diálogos de saberes com pesquisadores e extensionista, em ações transdisciplinares" . Usar o espaço desse evento para uma questão política da agroecologia. A tendência do CBA é não ser só um evento científico, mas sincretista. E a ANA pode contribuir nesse processo”, disse.
fonte:http://www.agroecologia.org.br/index.php/noticias/noticias-para-o-boletim/814-ana-amazonia-traca-estrategias-para-2015
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